imagino casos / vejo momentos / desejos / transpiro versos e lamentações / vivo eternos segundos e morro de felicidade a cada dia...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

como lua e mar

incrível.
como tudo.
muda.
em questão de segundos.
num carrossel.
alcoolizado.
vou escrever sobre amores incompletos...
mudam-se as roupas, penteados e até perfumes.
só não mudam as lembranças, as lamentações, as crianças
dentro de cada vivência, cada gesto, respiração.
incrível.
como tudo. e continuarei comendo até que me falte alimento.
até que me dê indigestão.
estou tranquila até o momento.
penso no que vem, sim. mas apenas penso.
não se pode deixar de viver o presente.
medo do que está por vir?
pra quê?
se o depois se torna tão presente quanto o passado que já se foi.
as coisas passam.
as pessoas passam.
algumas marcam, mas passam juntamente com os sentimentos bons [ou ruins] que ficam entranhados em nossas mentes.
mentes sãs, perturbadas, levemente picantes ou simples-mente[s] "normais"
continuarei me alimentando do vício
e fraqueza de cada um que vier tentando me...
comer.
monopolizando sua mente de tal modo que os faça
achar que a ilusão é coisa da vida.
ha! não é não..
é "coisa da vida" de vocês então!
ilusão - na minha rotina? - não.
agradeço, mas nego.. dispenso. digo [a]Deus
aviso-o de que todo o mal que PODERIA estar por vir
encontrará um enorme espelho que me envolve
isso mesmo querido. tudo o que bate, volta
e só repete a ação se eu, e somente eu, quiser.
se não quis com você, azar.. [ou] sorte a sua!
não é pelo teu simples desprezo que despencarei
da torre, do alto de um prédio ou do rodapé do museu.
não é por conta da tua raiva, dos teus rumores e da tua inalterável
falta de criatividade que eu irei mudar meu modo de ser..
não por você.
o carrossel continua girando e essa bolha que me protege vai se fechando
cada vez mais fixada à minha pele
essa minha auto proteção me enlouquece
mas antes ela do que a tua prece.
quer me ter?
não se apresse.
siga-me espelhado também, se proteja
mas deixe que eu te machuque um pouco
é aí que você vai se viciar
e acredite, se eu o feri, é porque quero te fazer lembrar
que um dia fomos um só
ou poderíamos ser
como a lua e o mar



Roberta Soeiro

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

[...]

[________________________________nova][mente][con][fusão]

[re]encontro



presos na origem do de[pois]
ao se encontrarem, a[prisiona]ram-se nas palavras um do outro
nos [dizer]es, nas crenças
a história de cada [part]icular vida/vivência
[sem]pre [voar]am com suas prórpias asas
pegando carona sim, nas asas do mundo
- e de todo mundo - claro
o óbvio torna-se cada vez mais óbvio
e a loucura, mais enlouquecedora
escre[ver] já fazia parte de sua rotina
agora, mais do que nunca
é nas palavras e no ato de cuspi-las
que mostra o quanto se sente feliz
com o encontro
as imagens não tão recentes, mas presentes
servem-lhes de assunto e trocas poéticas
imaginando saber da existência do outro há tempos
vêem que amanhece, e faz apenas um dia que se conhecem
mesmo não querendo, adormecem
quem sabe assim possam compreender o que acontece


Roberta Soeiro, déjà vu.

Agora eu me pergunto: "como é ser poema incompleto?"

simplicidade

Não sei. Fico me perguntando quando terminarei algo que não comecei. Imagino quantas vezes ouvirei meus pensamentos ecoarem nesse quarto iluminado à meia luz. Até ontem era uma, hoje já sou algo. Nada aconteceu, mais um dia passou, o sol se foi - a noite posterior ao sol também foi. Gente morreu, acordou, dormiu. Muita gente passou num lugar que não estive. E ainda não sei se posso terminar uma coisa que não comecei.
Será que tudo precisa de uma justificativa? Mão podemos rir por simplesmente querer rir? Não podemos negar um beijo por falta de vontade? Não podemos ser uma pessoa diferente a cada dia sem que nos julguem? Por que a sociedade tem tantas regras que ninguém gosta de cumprir?
Depois de andar pela orla e quase voar com morcegos a menininha chegou em casa, banhou-se, comeu algo e viu que a beleza da vida está na simplicidade das coisas e que pra ser feliz basta um abraço sincero, um beijo, um olhar.


Roberta Soeiro

con[fusão]


depois de muito pensar, piora
se pensar em nada, sufoca
é melhor seguir e ver no que vai dar
sem ninguém ofender nem magoar
dois seres com a mesma intenção
fugir do mundo sem explicar
o porque de tanta imaginação
tantos sorrisos e manias
tanta coisa que surge do nada
o cabelo de lado até que é bom
dá pra se acostumar
refri entre um assunto e outro
uma gota de chuva, uma viagem
um suco, um gesto, uma canção
admir[ação]
comunic[ação]
sentimento estranho, con[fusão]
em nossas mentes
"e agora, como faz?"
pois bem, façamos o que tiver que ser feito
depois pensamos numa explicação (se necessária)
vai ser bom, digo, "tomara!"

Roberta Soeiro, confusões e confissões.

o vento


Ví o pôr do Sol
lindo, mas nem tanto
você estava ausente
e eu
a caminho do passado
espionando por janelas escuras
claras, baixas, altas...
que seja, janelas
não importa como
mas é por elas
que vemos o mundo
que vejo você
e vemos a vida
das nossas janelas
sentimos o vento
um beijo, um abraço, tal carinho
um sopro de algo, ou alguém...
consequência das asas das borboletas, quem sabe
Pois é! chamaremos de "vento"
o que quisermos chamar de saudade e desejos...


Roberta Soeiro

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

ela, ou seu interior


Livros.
E linguagens
infinitas
bonitas sensações
Agradáveis
rosas vermelhas
que exalam o perfume da noite
Sem sombra.
Sem luz.
Só um vazio
interno.
Não se expõe,
se esconde no ar.
Sufoca-se.




Roberta Soeiro

quase


Céu azul.
Distante
Quase invisível,
Quase.
Vejo um fio de luz
Chegando
E milhões o acompanham
É o dia "chegando" [...]
Sensível
Como uma vela
Que com calor
se acaba
E acaba com o dia
Que era distante
Como o céu que,
Mesmo invisível, ou quase
Sensível..
No dia seguinte
RENASCE.


Roberta Soeiro

"alívio seria você se mudar de mim.."